Em 1996, e de maneira fortuita, verificou-se o achado de alguns materiais romanos no Cemitério dos Prazeres, causado pela remoção de campas rasas. Visitas posteriores iriam confirmar a presença de um sítio arqueológico subjacente a uma estreita zona do atual cemitério, e melhor compreender o significado da sua presença.
Os testemunhos materiais atestam uma permanência no local entre os séculos I a.C. e V d.C., pelo menos. Elementos soltos de mosaico preto e branco, fragmentos de telhas planas (tegulae) e curvas (imbrices) remetem para uma arquitetura de algum requinte. Loiças de mesa importadas da zona da Baía de Nápoles, Sul de França, oriente hispano e atual Tunísia, conjuntamente com ânforas oriundas do Vale do Tejo, atual Andaluzia e Tunísia conectam o sítio com o espaço vasto do Império Romano.
Enquadrado no Vale da Ribeira de Alcântara, recorde-se que o mais extenso sistema hídrico da margem direita do Tejo a seguir ao rio Trancão, o sítio romano dos Prazeres amplia o nosso conhecimento sobre os espaços próximos à cidade de Olisipo, em particular do Vale em que se integra, zona possivelmente conhecida na Antiguidade como Hortus Nabia ou Horto/Jardins de Nabia, a importante deusa aquática pré-romana…
4 de Julho 2024 – 18:00
Cemitério dos Prazeres – Praça São João de Bosco / Capela Cemitério dos Prazeres
Orador: Rodrigo Banha da Silva
No hay comentarios:
Publicar un comentario